Leopard Gecko

GECKO LEOPARDO (Eublepharis macularius)

Origem: Oeste da Ásia até o Noroeste da Índia.
Tamanho: Ultrapassam os 25 cm.
Hábitos: noturnos e terrestres.
Terrário: médio (60 x 40 x 50 cm e o suficiente para um trio de 1 macho e 2 femeas), com pedras, troncos e plantas naturais sem espinhos. Pouca umidade e temperatura entre 28 e 32 ºC.
Reprodução: postura de 2 ovos por vez.
Manuseio: aceitam bem desde que acostumados desde filhotes.
Alimentação: , larvas de grilo e tenébrios,

O que todo criador de lagartos deveria saber

É cada vez mais comum a criação de lagartos em terrários internos. Uma vez que eles são bastante diferentes dos pets ”tradicionais”, é importante conhecer um pouco mais as suas características.

Habitantes do planeta há centenas de milhares de anos, é natural que os répteis tenham se adaptado aos mais diferentes climas e latitudes. Os lagartos, por exemplo, surgiram no período triássico e podem ser encontrados no mundo inteiro, com exceção dos pólos e em todos os tamanhos, que varia desde as pequenas lagartixas (Phelsumas, Gekkos, etc.), as iguanas gigantes, como as 4 espécies que vivem nas Ilhas Galápagos, que atingem até 2,5 metros de comprimento. Vivem na água ou na terra; alguns são arborícolas, enquanto outros escavam tocas para se proteger do calor excessivo ou capturar presas. Algumas espécies, nativas de regiões de clima temperado, desenvolveram um sistema de estocar gordura na cauda, para se alimentar durante o inverno. Várias espécies de Anolis, nativos da América do Norte, migraram para o Havaí, região tropical, e estão vivendo muito bem.
Para se proteger dos predadores, alguns “inventaram” cores berrantes, como os geckos; outros mudam de cor de acordo com o ambiente, como os camaleões. Na pele de diversos lagartos existem venenos suficientemente poderosos para manter os agressores a distância.
Além das necessidades básicas (alimentação, iluminação, etc.), existem alguns conceitos elementares que precisam ser conhecidos pelo admirador de lagartos: o sistema de regulagem da temperatura; seus hábitos sociais, especialmente a demarcação do território; a maneira Omo absorvem e metabolizam sais fundamentais ao desenvolvimento, a determinação do sexo dos filhotes, etc.

Regulação da temperatura corporal

Lagartos são animais pecilotérmicos. Em outras palavras, eles procuram sombra ou fontes de calor para equilibrar a sua temperatura corporal. Esta, geralmente, varia entre 25° a 35°C, mas alguns lagartos do deserto (como o monstro de gila, Heloderma suspectum e seu primo próximo, o H. horridum) podem exigir ambiente aquecido acima de 30°C durante o dia, enquanto esperam temperaturas mais amenas à noite e no inverno.
A temperatura correta, porém, nem sempre está relacionada somente ao local de origem. Alguns lagartos de Madagáscar, por exemplo, são diurnos, mas adaptam-se facilmente a ambientes mais frescos, porque tem o habito de passar o dia ocultos sob as folhas. O ideal é a instalação de rochas aquecidas, para que o próprio animal decida quando deve ficar “quente” ou “frio”. Mas é preciso ter cuidado para que as lâmpadas e rochas não superaqueçam o terrário, o que pode ser fatal para os lagartos.
Outro ponto a considerar é a amplitude térmica. Em locais de estações claramente definidas, como é o caso dos EUA e da Europa, os lagartos precisam da variação térmica para reduzir o metabolismo, acumular gordura e, no retorno dos dias quentes, retomar as suas atividades: caçar, acasalar, etc.

Territorialidade

Um fator que deve ser considerado são os hábitos sócias dos lagartos. Da mesma forma que boa parte dos ofídios, estes animais são bastante agressivos na defesa da sua área de caça e coleta. Na maioria dos casos, são os machos que exibem este tipo de comportamento: as fêmeas fazem parte do seu “terreno”. Em algumas espécies, as fêmeas também se tornam agressivas. Os conflitos são mais sérios no período do acasalamento; uma vez atingida a maturidade sexual, devem ser mantidos isolados. Em alguns casos, não é possível determinar o sexo dos lagartos (como é o caso dos Varanus ou monitores); que é preciso avaliar cuidadosamente o seu comportamento, para separar dois “latifundiários” eventualmente reunidos, antes que as lutas ocorram.
A defesa do território, em geral, é expressa por gestos. Um macho se torna dominante, impedindo os demais de se aproximar das fêmeas e mesmo de caçar. Na natureza, o comportamento natural é enfrentar o dominante ou procurar outra região para estabelecer o território; entretanto, é muito difícil que haja espaço suficiente no terrário para que isso possa ocorrer, mesmo quando as lutas não se efetivam, o animal submetido vai procurar se ocultar, fator que provoca estresse, impede a alimentação adequada e termina por provocar a morte do animal.

Vitamina D, cálcio e fósforo

Especialmente as espécies mais coloridas, como as do gênero Phelsuma, são incapazes de absorver a vitamina D3 presentes nos alimentos. É necessária, para estes animais, a instalação de fontes ultravioleta, de vez que, na pele destes lagartos, existem células especializadas na metabolização dessa substancia. A vitamina D3 é indispensável na fixação de cálcio e fósforo, elementos necessários à boa conformação do esqueleto. Para corrigir este problema, pode-se optar por rações especiais, ricas em sais minerais, ou pulverizar o alimento (inclusive presas vivas) com casca de ovo moída, por exemplo. Lâmpadas especiais podem ser instaladas, para simular a luz solar e permitir que os próprios animais metabolizem a vitamina D3.

A determinação do sexo

Uma parte dos lagartos tem o sexo determinado no próprio momento da concepção, de acordo com a herança genética transmitida pelo pai, como acontece entre a maioria dos animais. Para outros, no entanto, o sexo é definido pela temperatura a que os ovos ficarão expostos durante o período de incubação. Há um intervalo de tempo logo depois da postura, em que o sexo ainda não esta definido. Caso estes ovos sejam submetidos a baixas temperaturas, os filhotes serão fêmeas; quando forem expostos a 30°C ou mais, nascerão machos . como é evidente, as temperaturas muito baixas (menos de 15°C) e muito altas (acima dos 35°C), conforme a espécie, impedirão o desenvolvimento dos embriões.
Todas as espécies de Eublepharidae (como os leopards geckos) e Phelsumas (laticauda, lineatus, etc.) tem o sexo determinado pela temperatura.

Dicas para incubação de ovos de Leopard Gecko

Não sendo nenhum especialista em incubação de ovos de répteis e baseando minha experiência prática a algumas poucas ocasiões, eu espero que as informações abaixo listadas venham a contribuir com algo útil para quem tem ou visa ter e reproduzir estes animais incríveis.
De maneira geral o início reprodutivo de um leopard é bem precoce, chegando a começar a reproduzir aos oito meses, nos machos. As fêmeas demoram um pouco mais (como havia de se esperar, pois fêmeas sempre demoram a ficar prontas…), cerca de 9 a 12 meses. A chegada de uma maturidade bem embasada e na época certa se deve basicamente ao tipo de comida oferecida, sua qualidade, ao tipo de ambiente oferecido e estou me referindo ao calor e umidade na proporção adequada, bem como ao fotoperíodo iniciado para a reprodução.
A alimentação de leopards deve constar de grilos e baratas também. O simples fato de um animal comer bem tenébrios não vai fazer dele um bom reprodutor, podendo fazer dele um reprodutor, mas este animal nunca atingirá um nível produtivo de um leopard alimentado de forma mais completa. Mas se você já se satisfaz com pouco, tudo bem e azar de seu animal.
Baratas são mais fáceis de fazer de que os de tenébrios e eu já os tive em meu próprio quarto sem ter tido nenhuma fuga de baratas, o que causaria o Armagedon aqui no Rio de Janeiro. Outro segredo importante para o "baratólogo" iniciante é que não esqueça de passar a velha e boa vaselina na borda do biotério das baratas e na do terrário do leopard gecko, se não passar elas, obviamente, escaparão e sua mãe vai ter ataques de apoplexia.
Outro ponto importante que eu tenho presenciado é a forma de servir comida.Existem dois tipos: a comida com e a sem areia. A com areia (ou serragem, ou raspa, etc.) é a servida ao natural, sem um prato para atrapalhar. Ás vezes dá errado e após algumas radiografias e muito mal estar constata-se que seu leopard tem que se submeter a uma intervenção cirúrgica. A outra é feita com um pote de porcelana ou coisa semelhante, de forma que, ao tentar escapar, a barata fujona ou o grilo meliante venha a escorregar e volta ao fundo do pratinho. Com isso, o pratinho, que pode ter suplemento mineral no fundo, vai virar uma milanesa só, enchendo de pó vitamínico/mineral os que tentam só, enchendo de pó vitamínico/mineral os que tentam fugir e os mais quietos.Já há casos documentados de problemas ATÉ com a areia calcárea, o produto que diziam não causar problemas se ingerido. Fique atento.
Caso você já venha criando seus leopards e eles estejam crescendo a olhos vistos chega a hora de saber se são machos ou fêmeas. Bem, os machos após amadurecerem quando se cruzarem, bem, você saberá que são machos, pois a “chapa vai ferver”, eles vão se atacar e a gritaria vai ecoar pelo seu quarto. Separe-os e troque o macho menos qualificado por uma fêmea. A qualificação vai depender do que você deseja, pois ás vezes um macho menos dominante e mais amarelado é mais desejável que um macho dominante e marrom sem muita apelação visual.
No caso de duas fêmeas, elas nunca vão se estranhar e a falta de poros femorais e cloacais desenvolvidos vai dar o cheque mate da questão. Antes que me esqueça, uma proporção adequada é de um macho no terrário para 4 a seis fêmeas. Quem é bom é bom mesmo. Nós, meros mamíferos bípedes machistas ficamos apenas olhando admirados.
Uma providência que deve ser tomada assim que os animais demonstrarem estarem amadurecendo sexualmente é a colocação de uma caixa de postura, que consiste basicamente de uma caixa plástica com tampa, buraco para entrada dos geckos e com areia esterilizada úmida ou vermiculita. Normalmente seus leopards vão se acostumando em entrar nela em busca de umidade e provavelmente nesta caixa os mesmos irão colocar os ovos, logo se deve inspecioná-la a cada dois dias e mantê-la úmida. Num belo dia, quando você abri-la irá ter a maior surpresa, descobrindo dentro dela duas coisas ovais e brancas, que são os tão esperados ovos. Bem, mantenha a calma e antes de sair ligando para todo mundo, providencie uma outra caixa de plástico (esta sem buracos para entrada de geckos) e fornida de vermiculita e água esterilizada, na proporção de peso 1:1, ou seja, para cada 100 gr de vermiculita utilize 100 gr de água. Não esqueça de esterilizar a caixa com água quente e álcool 70, para só depois introduzir a areia e a vermiculita.
A média de incubação é de 6 a 12 semanas e serão os mais longos dias que você já passou em sua vida, mas evite ficar abrindo a caixa, pois vai facilitar a entrada de fungos e bactérias, que, de forma geral são combatidas pelo sistema imune dos ovos. Uma medida muito importante é sempre escolher para incubadora uma caixa funda, de forma a ter sempre ar fresco suficiente para todo o período de incubação. Eu indico a não manipulação dos ovos em demasia ao se trocar para a caixa de incubação.
Esta matéria foi pedida basicamente para que eu explicitasse com clareza o que significa TSD (temperature sex dependent) um termo muito legal, que designa uma peculiaridade dos ovos de lagartos e crocodilianos. Não há muito que explicar, os ovos se incubados a uma temperatura constante vão desenvolver animais machos ou fêmeas ou até intersexos, mas este não é caso de explicação detalhada. No caso de leopards, se você quiser a maioria de fêmeas, mantenha a temperatura de incubação entre 27 e 29 graus centígrados e a maioria será de donzelas. Caso você seja meio termo, mantenha em 29,5 e a probabilidade de sair igual proporção fica alta e, caso você precise de mais machos para pó plantel, coloque a temperatura entre 32e 33 graus. Além de 33 graus a tendência observada é de nascerem fêmeas com temperamento agressivo em leopards (Mattison C., 1991). O importante disso é evitar oscilações de temperatura.
Após o nascimento os filhotes não comem ainda, devido se alimentarem do conteúdo de seus sacos vitelínicos. Eles só farão sua primeira alimentação após a primeira muda, quando deve ser oferecido comida adequada.
Leopard geckos são animais dóceis, fáceis de manusear e que reproduzem freqüentemente (cerca de quatro ou cinco ninhadas de dois ovos em média). Espero poder, com este texto tornar a vida de alguns “gekcófilos” mais fácil e divertida.

Agressividade

Sempre que você for alimentá-lo tenha certeza que ele está calmo e aproxime sua mão com tranquilidade dele, importante conferir se não tem nenhum objeto novo perto do terrário que esteja assustando o bichinho, pode ser até mesmo alguém da família que está assustando o bicho na sua ausência…

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